Pleasantville (Uma vida em preto e branco, 1998) é desses filmes que têm um apelo fofuresco, capaz de divertir os mais distraídos, mas que trazem uma reflexão mais apurada, capaz de instigar os mais exigentes.
A imaginária Pleasantville é um seriado de TV da década de 50, embebido nos valores morais e anti-sépticos do sonho americano da época, com suas casas ajardinadas e famílias perfeitas. O antigo seriado é uma das paixões de David (Tobey Maguire), que vê em Pleasantville um mundo sem os conflitos e agressões, típicos da vida partilhanda com a irmã Jennifer (Reese Witherspoon), numa típica família desmembrada da década de 90.
No mundo "perfeitinho" e preto e branco de Pleasantville, não existe arte, sexo, incertezas, ou chuva. Papai sabe tudo, mamãe empaturra a família de panquecas no café da manhã, o time de basquete nunca perde, e a vida segue um curso inócuo e previsível. Esse é o cenário do primeiro filme do roteirista de Quero Ser Grande, Gary Ross: uma fábula sobre a utopia e a afirmação da individualidade. O filme foi indicado para o Oscar de trilha sonora, figurino e direção de arte.
Enquanto "Bud" tenta convencer a irmã de que eles devem viver de acordo com as regras imutáveis do seriado para não abalar o mundo equilibrado dos personagens, a voluntariosa Jennifer logo coloca sua insatifação a serviço de uma saudável anarquia. Depois de despertar a libido do capitão do time de basquete, a ordem em Pleasantville nunca mais será a mesma. Com a descoberta de prazeres e possibilidades insuspeitadas em seu universo estático, a cidadezinha começa a se tingir com cores vivas, contrastando com a mesmice monocromática e com os defensores da antiga Pleasantville, ressentidos com a destruição de seu acalentado status quo.
Os sentimentos edulcorados dão lugar à raiva, paixão, ciúme e insatisfação, que acabam colorindo a cidade com os tons da vida como ela é, em efeitos visuais impressionantes, desenvolvidos especialmente para o filme.
As melhores cenas são protagonizadas por Joan Allen, a reprimida dona-de-casa que descobre tardiamente os prazeres do sexo e se apaixona por Mr. Johnson (Jeff Daniels, o mesmo ator que sai da tela em preto-e-branco de um filme para a vida de Mia Farrow, no maravilhoso A Rosa Púrpura do Cairo, de Woody Allen). Dono da lanchonete onde Bud trabalha, Mr. Johnson percebe sua paixão pela arte e pinta, com todas as cores proibidas pelas autoridades locais, um mural vívido dos sonhos que o conformismo deixou para trás.
Pleasantville aborda os perigos de uma sociedade que repudia a diferença e valoriza a ignorância. Desta forma, o filme faz severa crítica aos “pequenos sentimentos” como a mediocridade, a mesquinhez e a alienação que permeiam o dia-a-dia. E deixa-nos algumas questões a respeito da felicidade humana. O que está em risco quando nos escondermos atrás de nosso conformismo e acomodação? O que nos impede de vivermos novas emoções a cada dia e sairmos do habitual? Uma coisa é certa: diante da realidade contemporânea, existe muito mais do que preto e branco. Sendo assim, o colorido que damos às nossas vidas é que determina o caminho para a felicidade e nosso bem-estar social. Mas, para que isso aconteça, é necessário que cada um de nós faça bem sua tarefa diária de imersão neste intenso universo de emoções. Nesse sentido, Pleasantville é uma ode ao hedonismo, à diferença e, sobretudo, à coragem.
Aline, eu não vi o filme ainda, mas fiquei super interessada em vê-lo.
ResponderExcluirDepois de assistir volto para te contar o que achei.
Valeu pela dica!
:-)
Bjão
Já to procurando pra baixar...
ResponderExcluirValeu!
Beijos
Aline, eu já vi esse filme e é uma fofura. Achei muito bom, mas nunca mais vi na TV... uma pena, queria rever.
ResponderExcluirBjossss
BNossaaaa....assisti esse filme em milnovecentos e antigamente siauhsiauhiuhaiusha adoreiiiii relembrar..acho que vou querer assistir novamente...
ResponderExcluirum beijo aline
J^^h
Post magnifico
ResponderExcluirfiquei até com vergonha do meu
adorei a dica do filme
depois vou ver se acho
gosto muito do Toby
bjs
obaaa, mais dicas!
ResponderExcluirOi linda,esse filkme tava passando outro dia na HBO eu fiquei interessada mas não assisti agora não perco mais a oportunidade.
ResponderExcluirbj amore!!
Como sempre, um comentário primoroso e que nos deixa curiosos pra conhecer. Bjs
ResponderExcluirJaci
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEu adoooorooooo esse filme,já assisti muuitas vezes,amooo!
ResponderExcluirbjs,Aline Aimée!
O mais complicado de tudo é encontrá-lo para locar (já que locadoras de DVD estão falindo...) e mais complicado ainda é comprá-lo em algum lugar.
ResponderExcluirSnif...
=/
Eu adoro Pleasantville!! Outro dia tava passando na tv e eu e o meu irmão paramos para assistir. É uma bela metáfora para a vida: temos medo do que é diferente, mas o fato é que a vida é muito mais interessante colorida!
ResponderExcluirBeijos, gatona.
Eu adoroooo esse filme! Eu tenho aqui em casa em VHS, acredita?! rs
ResponderExcluirAdorei o post sobre ele!
Vi há séculos na tv e na época me lembro que adorei o filme! Está na hora de rever...
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